quinta-feira, 15 de setembro de 2022

COMUNICAÇÃO INTERATRIAL (CIA)

 

INTRODUÇÃO

  • Trata-se de uma das cardiopatias congênitas mais frequentes, correspondendo a aproxiamdamente  5-10% de totas as cardiopatias congênitas
  • É duas vezes mais comum em mulheres que em homens
  • Aproximadamente 30-50% das crianças com cardiopatia apresentam uma CIA como parte da doença
  • Existe 4 típos de CIA´s: ostium sedundum (50-70%), ostium primum (30%), seio vonoso superior (10%), seio coronariano (muito raro)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

  • os pacientes geralmente são assintomáticos, ou seja, não apresentam sintomas
  • podem ter baixo ganho de peso
  • pode haver desdobramente de B2, com ou sem hiperfonese de P2
  • pode haver sopro sistólico em foco pulmonar, geralmente secundária ao hiperfluxo pulmonar e estenose pulmonar secundária (relativa)
ELETROCARDIOGRAMA

  • devio do eixo para a direita
  • sinais de sobrecarga de ventrículo direito
  • padrão rsR´ (distúrbio de condução pelo ra mo direito)
RAIO X DE TÓRAX

  • pode haver aumento da área cardíaca (geralmente leve)
  • pode haver sinais de hiperfluxo pulmonar
  • pode haver abaulamento de arco médio
ECOCARDIOGRAMA

  • geralmente é suficiente para a definição do diagnóstico, bem como avaliação do grau de repercussão hemodinâmica
  • em pacientes maiores ou obesos, pode ser necessário a realização do ecocardiograma transesofágico (ETE)
CONDUTA

  • não se faz necessária nenhuma restrição de atividade física
  • não se faz necessária profilaxia para endocardite
  • o tratamento medicamentoso está indicado empacientes com sinais de insuficiência cardíaca / baixo ganho de peso
  • o fechamento pode ser necessário e geralmente é indicado após os 3 anos de idade, seja por ser uma doença geralmente assintomática, seja pela possibilidade de fechamento espontãneo do defeito
  • após a 1ª década de vida, há maior risco de evolução para hipertensão pulmonar, sendo frequente após os 40 anos
  • o fechamento percutâneo se tornou a 1ª opção de tratamento das CIA´s ostium secundum, desde que haja indicação; geralmente é indicado após o 2º ano de vida e, idealmente, em pacientes maiores de 15Kg
  • o tratamento cirúrgico é indicado quando o tratamento percutâneo não for possível e houver indicação de se fechar o defeito
    • dilatação de carvidades direitas (sinais de repercussão hemodinâmia)
    • Relação Qp/Qs> 1,5 (hiperfluxo pulmonar significativo)
    • ausência de hipertensão arterial pulmonar (RVP <10UW; RVP 710UW com vasodilatador)
  • a taxa de mortalidade é menor de 0,5%
  • AVC podem ocorrer no seguimento pós-operatório imediato; arritmias cardíacas podem ocorrer no seguimento pós-operatório imediato e tardio


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sindrome de Down e os cuidados especiais

A síndrome de Down causada por uma anomalia genética provocada por uma divisão errada do óvulo (célula reprodutora feminina), sendo a forma mais comum de retardo mental causada por uma aberração cromossômica microscopicamente demonstrável.
As crianças com síndrome de Down têm estigmas bem definidos e de fácil reconhecimento, sendo certamente a síndrome genéticas mais conhecida pela população geral.
As crianças com síndrome de Down necessitam de todos os cuidados que qualquer outra criança necessita, mas há situações em que os cuidados devem ser redobrados, carecendo de atenção especial.

- Oitenta a noventa por cento das crianças com síndrome de Down têm deficiências de audição.
- Quase 50% destas crianças têm alguma doença congênita do coração, devendo sempre ser submetido a avaliação por cardiologista pediatra.
- Anormalidades intestinais são mais freqüêntes em crianças com síndrome de Down: estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal e doença de Hirschsprung.
- Crianças com síndrome de Down freqüentemente têm mais problemas oculares que outras crianças, tais como catarata, estrabismo e miopia.
- problemas nutricionais, tais como baixo ganho de peso, sobretudo nas criaças portadores de alguma cardiopatia ou obesidade, a qual é freqüentemente vista durante a adolescência.
- Deficiências de hormônios tireoideanos são mais comuns em crianças com síndrome de Down (15% a 20% por cento das crianças com a síndrome têm hipotireoidismo).
- Problemas ortopédicos : subluxação da rótula (deslocamento incompleto ou parcial), luxação de quadril e instabilidade de atlanto-axial.
- Problemas imunológicos, leucemia, doença de Alzheimer, convulsões, apnéia do sono e problemas de pele.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tetralogia de Fallot ou Doença do Bebê Azul

A Tetralogia de Fallot é um defeito congênito do coração que consiste em 4 anomalias que resultam em sangue insuficientemente oxigenado bombeado para o corpo.

Embora não se saiba a sua causa (assim como a maior parte das cardiopatias congênitas),  sabe-se que há uma incidência mais alta de Tetralogia de Fallot em crianças com Síndrome de Down, podendo inclusive estar associada a outras cardiopatias, sendo a principal delas o defeito total do septo atrioventricular ou a coarctação da aorta.

Trata-se de uma cardiopatia cianótica, ou seja, que tem como principal sintoma a cianose ou pele azulada.

Ocorre desvio de sangue dessaturado do ventrículo direito para a circulação sistêmica, levando a duas conseqüências básicas: a primeira delas é a redução do fluxo desse sangue aos pulmões, levando a baixa oxigenação sanguínea; e a outra é que esse sangue desoxigenado, ao misturar-se com o sangue que vai para a aorta e consequentemente para o corpo, leva a uma redução da saturação final do mesmo, levando também à cianose.

A Tetralogia inclui 4 defeitos intracardíacos: defeito do septo ventricular (comunicação entre os ventrículos direito e esquerdo), estenose da válvula pulmonar, deslocamento da aorta, a qual cavalgo a septo ventricular e espessamento da parede do ventrículo direito.

Existe diferentes graus de gravidade da doença, desde paciente que são acianóticos, ou seja, que não apresentam a pele azulada, até extremos em que o paciente é extremamente cianótico desde o nascimento.

 Não importa a gravidade da doença! O tratamento sempre é cirúrgico, podendo este ser postergado até o final do primeiro ano de vida, caso a apresentação da doença não seja tão grave. Vale lembrar que nos grandes centros que tratam de cardiopatias congênitas, tem-se optado pelo tratamento cirúrgico o mais precocemente possível.

Comunicações Interventriculares e Interatriais

São comunicações entre os átrios (CIA) e entre os ventrículos (CIV), respectivamente, pelas quais ocorre a passagem de sangue das cavidades esquerdas para as cavidades direitas do coração.


Há dois efeitos imediatos:
- aumenta o fluxo sanguíneo para os pulmões
- aumento da pressão sanguínea nos pulmões (principalmente no caso das CIV`s)

O médico suspeita de uma dessas doenças pela presença de sopros na ausculta cardíaca (que geralmente estão presentes apenas nas CIV`s), cansaço, dificuldade de ganho de peso, sudorese, pneumonias de repetição, Rx com aumento da área cardíaca, dentre outros achados.
O tratamento, inicialmente é medicamentoso, com cirurgia podendo estar indicada em casos em que há repercussão clínica para a criança.
O exame que confirma tais cardiopatias é o ECODOPPLERCARDIOGRAMA, o qual deverá ser realizado por cardiopediatra treinado especialmente para sua realização e orientação correta do tratamento.
A longo prazo, quando não tratadas adequadamente, podem evoluir para hipertenào pulmonar, quadro grave, cujo prognóstico é reservado, daí a necessidade de um tratamento adequado para estas cardiopatias.

EXIJA QUE SEU FILHO SEJA ACOMPANHADO POR UM CARDIOPEDIATRA!

O que são os sopros cardíacos?

Os sopro cardíaco é o barulho que o sangue faz ao passar pelo coração, podendo ser sinal de doença cardíaca.

O sopro patológico geralmente é auscultado facilmente pelo médico/pediatra, podendo ser sinal comunicações intercavitárias (tais como nas CIV`s) e/ou patologias das valvas cardíacas.
Já o sopro inocente (como é mais conhecido) é um sopro muito suave e, não raramente, é auscultado em uma única ocasião pelo médico/pediatra assistente. Como já comentado, é a simples passagem do sangue pelas estruturas cardíacas e sua presença não indica patologia, logo não necessita de acompanhamento.
O médico deve ficar atento, pois em 5-10% dos casos em que se suspeita de sopro inocente inicialmente, podemos nos suspreender, ou seja, ao realizarmos o ECODOPPLERCARDIOGRAMA, podemos nos deparar com alguma cardiopatia estrutural.
Sendo assim, o mais sensato é: em caso de sopro cardíaco, consulte um cardiopediatra!

Quando se deve avaliar o coração do Feto através do ECODOPPLERCARDIOGRAMA FETAL?

Fatores maternos


1. História Familiar de cardiopatia congênita.

2. Diabetes mellitus/Diabetes Gestacional.

3. Exposição a agentes comprovadamente cardio-teratogênicos (lítio, anticonvulsivantes) ou com ação em canal arterial (vasoconstrictor nasal em grande quantidade e anti-inflamatórios).

Fatores fetais:

1. Gestantes "normais" cuja ultrassonografia obstétrica revelou aspecto anormal do coração fetal

2. Anomalias extra-cardíacas e cariótipo fetal alterado

3. Translucência nucal aumentada, independente do resultado do cariótipo.

4. Hidropisia fetal não imune.

5. Arritmias fetais

6. Bradicardia (freqüência cardíaca menor que 100bpm).

7. Taquicardia fetal, ou seja, frequência cardíaca acima de 200bpm (é emergência em cardiologia fetal).